segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Casa Cantante!

Com o objetivo de melhorarmos nossa participação ao cantarmos os hinos nas reuniões da igreja ou em nossos lares e vidas, tivemos um treinamento no mês de março onde compartilhamos a história da casa cantante, vamos lembrá-la?


“Fred, depois de engolir todo o seu desjejum conscienciosamente, escorregou da cadeira.
‘Agora posso ir para a casa de Jimmy, mãe?’ perguntou.
‘Mas, Fred’, repliquei, ‘você já esteve na casa dele ontem e também anteontem. Por que o Jimmy não vem aqui para variar?’
‘Oh, ele não haveria de querer’. Os lábios de Fred tremeram, a despeito de seus seis anos de masculinidade. ‘Por favor, mãe.’
‘Por que você gosta mais da casa de Jimmy do que da nossa?’ Insisti.
Subitamente, dera-me conta de que Fred e todos seus companheiros estavam sempre querendo ir à casa de Jimmy.
‘Bem’, explicou hesitante, ‘é (…) é porque a casa do Jimmy é uma casa cantante’.
‘Uma casa cantante?’ Indaguei. ‘Agora explique-me, o que significa isso?’
‘Bem…’ Fred estava encontrando dificuldade em explicar. ‘A mãe de Jimmy está sempre cantarolando enquanto costura; Annie canta enquanto faz bolachas na cozinha e o pai do Jimmy sempre chega em casa assobiando.’ Ficou silencioso por um momento e depois acrescentou: ‘As cortinas estão sempre completamente abertas e há flores nas janelas. Todos os meninos gostam da casa do Jimmy, mamãe’.
‘Pode ir, filho’, atalhei depressa. Eu o queria fora do caminho, para poder pensar.
Passei os olhos pela casa. Todo mundo a elogiava. Lá estavam os tapetes orientais, que compráramos a prestação. Estávamos também pagando ainda os luxuosos móveis estofados, e o carro, naturalmente. Talvez fosse esse o motivo pelo qual o pai de Fred não chegava em casa assobiando.
(…) Fui até a casa de Jimmy, embora fossem 10 horas de uma manhã de sábado, Tinha a impressão de que a Sra. Burton não faria caso de ser interrompida no meio da manhã. Ela nunca parecia estar com pressa. Recebeu-me junto à porta, com um lenço envolvendo a cabeça.
‘Oh, entre. Acabei a limpeza da sala. Mas, naturalmente que não está atrapalhando. Vou apenas tirar este lenço, voltarei num instante.’
Enquanto esperava, examinei a sala. Os tapetes estavam gastos até a urdidura; as cortinas (…) abertas descobriam a janela; a mobília, velha e gasta. (…) Uma mesa recoberta com alegre toalha, exibia algumas revistas recentes. Pendurados no vão da janela, havia vasos de flores (…) e um pássaro chilreava numa gaiola pendurada ao sol. Não havia dúvida de que tudo era muito agradável. A porta para a cozinha estava aberta e pude ver Jerry, o bebê, sentado no linóleo imaculado, observando Annie preparar uma torta de maçã. Ela estava cantando. (…)
A Sra. Burton entrou sorrindo. ‘Bem’, indagou. ‘O que é que há? Sei que veio por algum motivo, pois é uma mulher tão ocupada.’
‘Certo’, respondi abruptamente. ‘Vim para ver como é uma casa cantante.’
A Sra. Burton olhou perplexa. ‘Como assim?’
‘Fred diz que adora vir aqui, porque vocês têm uma casa cantante. Começo a compreender o que ele quis dizer.’
‘Que elogio maravilhoso!’ Comentou a Sra. Burton, ruborizada. ‘Mas, sem dúvida, minha casa não pode comparar-se à sua. Todos são unânimes em dizer que você tem a casa mais bonita de toda a cidade.’
‘Mas não é uma casa cantante’, repliquei. (…) ‘Diga-me, como o conseguiu?’
‘Ora’, sorriu a Sra. Burton, ‘se você quer realmente saber. Sabe, John não ganha muito, e não penso que algum dia chegará a ganhar. Ele não é desse tipo. Temos que renunciar a algumas coisas, então decidimos eliminar o não-essencial. (…) Temos livros, revistas e música. (…) Existem coisas que as crianças podem guardar no íntimo. Que não podem ser destruídas pelo fogo ou por reveses financeiros, por isso as consideramos essenciais (…) As roupas das crianças são muito modestas. (…) Mas, mesmo assim, depois de pagas as contas, não nos parece sobrar muito para tapetes e móveis. (…) Não gostamos de fazer dívidas, se podemos evitá-las. (…) Não obstante, somos felizes’, concluiu.
‘Compreendo’, repliquei pensativamente.
Voltei meu olhar para Jimmy e Fred lá no canto. Haviam construído um trem de caixas de fósforo e o carregavam com grãos de trigo. Estavam derrubando um bocado de trigo, mas o trigo é limpo e salutar.

Voltei para casa. Meus tapetes orientais pareciam desbotados. Abri os reposteiros ao máximo, mas mesmo assim, a luz se escoava debilmente através das cortinas de seda. (…) Eu não tinha uma casa cantante. Decidi fazê-la cantar.” 

Extraído de: May Morgan Potter, “A Casa Cantante”, “Prioridades”, A Liahona , abril de 1970, pp. 16 e 17) (Manual Básico da Mulher SUD - Parte A - Pág. 235

2 comentários:

  1. Eu amo essa história. Dei um discurso sobre esse discurso à muito tempo. A minha casa era uma casa cantante. Tem uma irmã que nunca se esqueceu desse discurso. Ja faz pelo menos uns 15 anos. Mas decidi fazer ela cantar novamente. Obrigada por compartilhar conosco e me fazer lembrar de coisas tão boas.

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    1. Que ótimo irmã!
      Não sei pq mas meu blog não estava mandando notificações de alguns comentários e só agora vi o seu e o deu algumas outras pessoas. Obrigada por visitar a página!! Abraços,

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